sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A INFLUÊNCIA DE AQUILINO


Este projecto de capa é, muito naturalmente, inédito e assim continuará a ser em termos de papel impresso. Respeita a uma adaptação de uma das mais conseguidas e maravilhosas narrativas extraída de "O Malhadinhas", de Aquilino Ribeiro.
Já referi este mesmo assunto, algures para trás, neste blog. Não escondo que sou, desde muito novo, um leitor do Mestre e que, até determinada altura, o seu estilo de escrita me influenciou, tanto mais que a vivência regional é comum.
Esta passagem da novela aquiliniana, foi publicada em "O Mundo de Aventuras", essa revista magistralmente dirigida pelo Amigo Jorge Magalhães. É natural que o meu incipiente traço não merecesse essa aceitação, não fosse o caso de o Jorge abrir oportunidades aos jovens autores portugueses, proporcionando uma nova vaga de desenhadores, ilustradores e argumentistas.
Para além desse pormenor, a minha pequena adaptação mereceu do  Jorge a honra de capa (houve mais dois trabalhos meus a quem dedicou igual cortesia e honra), tanto mais importante e significativa quanto se sabe que entregou a tarefa a um Genial ilustrador, que é o Augusto Trigo.
Quem me conhece sabe que não tenho propensão ao saudosismo, mas neste ponto tenho de reconhecer que me faz falta - que nos fazem falta - uma revista como o Mundo de Aventuras, um coordenador como o Jorge Magalhães e ilustradores com a categoria do Augusto Trigo.


quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

AUTOR,EDITOR,DISTRIBUIDOR


No teatro das operações editoriais, assumo três papeis; ou melhor, quatro, se incluir o de composição gráfica. Tudo o que sai do meu bestunto, passa pela minha oficina digital, transporta uma espécie de chancela editorial e distribui-se, consoante a gama, o publicado. À margem desta ditadura, fica para uma gráfica exterior apenas - e só apenas - a impressão dos PDF's da capa e miolo (e, por vezes, o arranjo das medidas da lombada com a espessura do miolo), o que quer dizer que faço o que quero e como quero. Depois é só entregar nos espaços habituais, oferecer a margem dos 30 por cento costumados e aguardar por reposições. Pessoalmente, não vendo um único exemplar.
Sei o que o público local requer, também presumo o que de melhor se pode oferecer para venda aos turistas e adventícios. E não tenho razões, por ora, para bocejar.
O título que hoje trago à publicidade deste blog é aquele que abre uma nova colecção. Para bem dizer, reabre uma outra colecção de títulos localizados, de que saíram sete números e de que não restam vestígios vendáveis. Trata-se das Profecias do Bandarra (todas as minhas edições anteriores, em número de oito, estão esgotadas), numa nova edição, desta vez integrada numa série de que já está previsto mais quatro números. Há ainda a ousadia de preparar de antemão as sequências, fazendo disso publicidade na contracapa, como o caso que hoje ilustra este post.
Há um Amigo (dos verdadeiros, entenda-se) que me augurou viver até aos 100 anos, graças a esta forma de ser, de estar, de construir e de publicar. Isso, a confirmar-se, significa que me faltam mais 34, podendo continuar a empilhar títulos como se construísse uma  espécie de pirâmide de Gizé, se tiver pachorra e saúde para o fazer.
Com este propositado sistema, não necessito passar a escrito qualquer contrato, não há divergências nas diversas fases da autoria, edição e distribuição e continuo a dar vazão ao "vício" que apanhei não sei quando, nunca soube como e não sei onde.


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

THE AFRICAN QUEEN (5)


Tenho andado pouco  dedicado a esta página, é um facto, pois sou vagabundo em outras coordenadas.
Corro livre, sem disciplina, ao sabor dos apetites autorais e editoriais, sem que com isso goze dos direitos patrimoniais que seria suposto subjacentes. A Banda Desenhada é para carolas e teimosos - como eu - porque, tirante os super-heróis, não há super-leitores que apostem na compra deste género de arte e literatura. Isso não significa que eu deixe de a fazer, porque quando desenho sou eu o primeiro leitor, talvez mais interessado do que qualquer outro, uma vez que padeço e faço parte desta aventura. Por outro lado, tento manter os compromissos que assumi para comigo, em contrato secreto e particular, para uma lida diária com algumas tréguas. Disso tentarei dar conta, ainda antes do findar do ano.
Donde se conclui que, trazendo hoje um assunto já refinado em abordagens anteriores, prove que desistência ou rendição são termos que não constam nas lapelas da minha obra singela. É certo que "A Rainha Africana" está de repouso há algum tempo, mas no seu dossier não consta o termo "aqui jaz...". Pode inferir-se que, a determinado momento, sem que nada o faça prever, continue com o projecto.
Por hoje, três amostras do trabalho "riscado", incluindo a página 1.


sábado, 23 de dezembro de 2017

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A MINHA OPINIÃO - TRANCOSO NO "SAPO"


No portal SAPO foi hoje publicado um artigo de opinião, da minha autoria, sobre Trancoso.
Para quem o queira ler, basta aceder àquela plataforma através da página inicial ou digitar/copiar/colar o link seguinte
http://24.sapo.pt/atualidade/especiais/a-minha-terra

ou o link mais directo, que é
http://24.sapo.pt/opiniao/artigos/trancoso-se-sete-vidas-tivesse

Boa leitura

sábado, 28 de outubro de 2017

TRABALHOS ALTERNADOS

Aí pelos meus quinze e dezasseis anos de idade, vivi durante as férias liceais na aldeia onde os meus pais tinham um comércio. Nesses períodos, para além de atender a freguesia da mercearia (o que não me agradava nada) e de ouvir música no rádio da taberna, tinha a leitura de banda desenhada e de alguns pequenos livros de cow-boys da APR (A Colecção Seis Balas e a Colecção Cow-Boy) que uma vizinha de 75 anos, com algumas posses, me emprestava, depois de ela própria os ler. A senhora devorava romances de aventuras e privilegiava as do “farwest”! Trazia-me, às vezes, dois exemplares de cada vez, com prazo de devolução, o que eu cumpria depois de os ler, às vezes intercalando a leitura de um com a de outro. Como se deve compreender, isto exigia um exercício de concentração e de memória, treino que me valeu para futuro.
Quando na empresa municipal fiz nascer um jornal dos tempos (efemérides), tinha dois colaboradores a preencherem as colunas e ditava, para os dois, textos diferentes para preenchimento das manchas. Às vezes, é certo, precisava ouvir os últimos vocábulos ditados, à guisa de deixa teatral.
Vem este “relambório” a propósito de manter esse exercício, agora não na leitura (por não ter livros para devolver e não ficar à espera pelos que empresto), mas nos trabalhos que faço, ora no desenho ora em texto.
Não se admirem que tenha dedicação, em certos dias, à BD do Bandarra – que a vinheta deste post representa –, como aos riscos e rabiscos de A Rainha Africana, sem esquecer que tenho de ir trabalhando no almanaque trimestral, preenchendo as suas mais de 200 páginas. Para mais ainda abracei graciosamente leccionar História na US aqui da terra. Isto significa que, tendo o recurso a apenas duas mãos e a uma cabeça que tem lá tudo sem necessidade de apontamentos no que toca à acção, nunca me canse de um projecto porque passo de um para outro, em matéria de gosto e apetite, como salto de corça.
A minha arte no desenho – e até na escrita – é assim fruto da minha forma de ser: tosca, inocente, primitiva e até, por vezes, pueril. Não sou muito de rejeitar trabalho e aproveito tudo. Esta vinheta em pórtico da peça é exemplo deste meu paladar cultural na execução dos “bonecos”, tão só porque aproveitei (para não fazer outras) estas duas figuras que desenhei após a observação de desenho de fardamentos de época, dois soldados franceses que já serviram para outro trabalho meu e que agora descaradamente pretendo repetir.

Toda a minha obra é, acima de tudo, fruto da vontade; tomara eu que o engenho viesse de mão dada com esta.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

THE AFRICAN QUEEN (4)


Duas páginas de uma das passagens iniciais do filme "A Rainha Africana" e uma vinheta do "quase" final da película, tudo em "riscos", como manda o figurino.

domingo, 15 de outubro de 2017

THE AFRICAN QUEEN (3)

Uma das cenas em que Bogart consegue suplantar o seu grande nível de actor, é aquela em que o barqueiro Charlie Allnut, embriagado, tem uma valente discussão com Rose Sayer (Katharine Hepburn), discussão que mais se acirra quando ela o chama cobarde. É nessa altura que ele a destrata, tratando-a por solteira e beata.
A imagem que aqui trago, do tipo rascunho ou arte final (como quiserem), é o culminar dessa discussão, que acaba por fazer com que o canadiano destape uma das caixas de gin e "avie" parte do seu conteúdo.
O colorido do desenho, de que já dei algumas amostras neste espaço, acaba por amenizar as cenas de grande dramatismo num meio selvagem, a dureza do rio e o ambiente africano onde decorre a acção, quase toda ela num barco chamado "The African Queen". Presumo que o preto e branco, em traços esboçados, direi melhor "riscados", coadunam-se com a força dos elementos e a aventura vivida por um barqueiro endurecido e uma mulher em transformação de ideias e de ideais.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

THE AFRICAN QUEEN (2)


Já vários amigos meus e companheiros da blogosfera têm incentivado a continuidade e a sequente finalização da BD "A Rainha Africana" (no original da película THE AFRICAN QUEEN), que aqui trouxe em postagem de 10 de Julho do ano corrente.
É certo que comecei a fazer este trabalho sem pretensões especiais de publicação, porquanto uma grande dúvida se prende com o facto de a mesma estar imbuída de uma característica de pastiche ou decalque através dos fotogramas do filme. É certo que se trata do desenho baseado na fotografia de instantâneos (sequência dos fotogramas que animam o cinema), nem sempre representando os pormenores acessórios dos fotogramas e permitindo-me a liberdade dos desenhos, como será fácil cotejar com uns e outros.
Não recorri à técnica de colorir as imagens dos fotogramas ou de as transformar em desenhos a colorir (coisa que também não sei fazer, embora haja ferramentas digitais para isso), mas antes desenhei a preto os pormenores principais para os colorir depois; ou seja, desenhei cada um dos fotogramas no enquadramento semelhante à imagem que passa na tela (como se pode ver a seguir).
Se pretendesse publicar e distribuir este trabalho, teria de ser esclarecido sobre alguns pormenores, nem todos dependentes do meu arbítrio, e que são:
1º- Até que ponto estou autorizado a transpor para desenho uma obra alheia (de um estúdio, de uma realização,etc.)?
2º- Mesmo sendo o texto da minha autoria, sem consulta do guião original, quase todo em didascália, não é baseado num argumento escrito?
3º- Sendo esta minha ideia uma forma de resumir o filme, à guisa de sinopse escrita e desenhada, não é ela sujeita aos códigos deontológicos e legais de autoria?
4º- Mesmo que as imagens não correspondessem aos fotogramas, não seriam tomadas, mesmo assim, como decalque de uma obra já executada, ainda que esta tivesse outra forma de exibição pública?
Poderei concluir o trabalho, para meu deleite, uma vez que sou fã deste filme e dos seus dois principais protagonistas. Nesse caso, estarei livre para o fazer, dando por barato divulgá-lo por esta forma e estar ciente de que o faço sem ferir quaisquer das questões colocadas acima, dado que as imagens a exigir são as do anterior post e deste, mais nada.
Como já tive oportunidade de dizer ao meu amigo Luiz Beira (blog BDBD), não piso a linha vermelha dos direitos autorais de ninguém, ao mesmo tempo que tenho a liberdade de dispor dos meus para terceiros, graciosamente, por opção própria. É certo que esta obra é toda executada, de fio a pavio, por mim, mas não é a base da minha autoria (é como se eu estivesse a cozer um pão no forno com massa, água e fermento de outrem).
Finalmente, a somar a todas as dúvidas legais retro explanadas, há ainda uma interrogação que me coloco:
§ respeitar os fotogramas no seu enquadramento, dando-lhe o aspecto da película no écran, ou partir os enquadramentos para lhes colocar os diálogos?
É esta justificação que trago à barra: quid juris?

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O MEU LIVRO DAS CURIOSIDADES - D.QUIXOTE

Quando me sinto com bonomia para não fazer, como se costuma dizer, a “ponta de um corno”, envolvo-me com um livro de apontamentos e uma esferográfica preta para juntar curiosidades à longa lista das que “pesco” aqui e ali. Disto já falei noutro post, mais atrás.
Quando a bonomia se transforma em tédio e não me sinto tentado a fazer colheres com o vagar ou a ir para junto de um rochedo e talhar um megálito, passo esses apontamentos manuscritos para um ficheiro que trago a congestionar a memória do computador.
Quando quero colocar um travessão nas “postagens” para não expor apenas a Banda Desenhada, e por saber de antemão que este blog nunca será um imaterial monumento nacional, mesmo tendo como pedra de armas o célebre Bandarra, sinto-me tentado a mendigar retalhos da minha obra engavetada, encaixotada e penada em “drives” informáticas.
É o caso de hoje. Do tal livro manuscrito, à passagem digital sequente, encontrei hoje uma tirada sobre o D. Quixote, assanhado em arruaças e toleimas onde eu não me queria ver.
Miguel de Cervantes, o autor de D. Quixote de la Mancha, um dos mais belos romances que até hoje foram escritos, não deixou incólume D. Alonso Quijano, o infeliz fidalgo da “triste figura”. No meio ano das suas andantes cavalarias, entre pancadas de criar bicho, o magro fidalgo ficou assim marcado: meia orelha arrancada por Sancho de Azpetia; levou murros nas mandíbulas de um atávico arrieiro de Marritornes até perder os sentidos; ainda uns pontapés por parte do mesmo arrieiro enquanto estava no leito; levou murros na boca, dados por um estalajadeiro, que castigou assim ver os seus odres esfaqueados; mais murros no rosto por parte de um pastor de cabras; foi apedrejado pelos pastores, amolgando-lhe algumas costelas e ferindo-o nos dedos da mão direita; foi espancado com a própria lança por um moço, depois deste a desfazer em pedaços; foi agredido com um cantil de azeite na estalagem por um quadrilheiro da Santa Irmandade (como na maioria das ditas irmandades, espalhando amor e sarrabulho), de que surgiram dois galos na cabeça; foi mordido e arranhado no nariz por um gato em casa dos duques; passou-lhe por cima uma vara de porcos e recebeu patadas de uma manada de vacas; foi agarrado pelo cabreiro pelo pescoço na tentativa de o estrangular, à semelhança do que lhe fez o dito quadrilheiro da Irmandade; ainda sem contar com a difícil situação vivida pelo cavaleiro andante nas velas do moinho.

Será caso de perguntar se eu, no lugar de Cervantes, faria o mesmo à minha personagem. Pois bem, faria, tal como fiz a uma outra, recuperada por mim da tradição oral - o Padre Costa de Trancoso. Se o de Cervantes acometia moinhos, o meu sacerdote acometia mulheres. Entre um e outro, não venha o diabo escolher, porque prefiro que o faça o leitor.

sábado, 7 de outubro de 2017

DESENHO E FOTOGRAFIA (5)


Tal como no cinema, a sequência do meu trabalho não é linear e não é feita segunda a ordem numérica crescente; ou seja, posso estar a trabalhar na página 10 sem estarem feitas as páginas 50, 70 ou 80. Lá está, é a minha apetência e disponibilidade para cada assunto, não forçando o trabalho quando a engrenagem emperra numa determiada sequência.
Curiosamente, ao contrário de outros autores (pelo que me é dado a saber), não faço planificação. Todo o trabalho, do princípio ao fim, está na minha cabeça - por vezes, faço os ligeiros apontamentos ou grafismos de suporte - mais nada.Como o caso que aqui trago em apreço, trata-se de uma modificação e ampliação de uma BD publicada há uns anos, o que me facilita as coisas e me desocupa a memória com o enredo e afins.
É o caso das duas páginas acima. Pessoa é referido no anterior trabalho numa só vinheta, repartindo-a com o Padre António Vieira; aqui, neste, já tem mais abertura para falar através de balões (texto que corresponde aos seus escritos).
Na medida do possível, procuro deixar os fundos de acordo com a época e atinentes à situação e à personagem: é o caso do café Martinho da Arcada (com o piso diferente do actual e sem alcatrão e pinos); é o caso da imagem de Pessoa a passear de gabardina, retirada de uma foto, a preto, no Chiado. Depois, como se fosse atrás dele, gravo-o na cercania da primeira vinheta, com a Praça do Comércio e o Arco da Rua Augusta, ainda que só apareçam parcialmente.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O BANDARRA - 4º TRIMESTRE DE 2017


Ainda não veio da gráfica - mas deve estar quase pronta - a publicação referente ao 4º trimestre de 2017 de "O Bandarra - Almanaque Trimestral", desta vez com 214 páginas. Com esta publicação, faz o pleno de 2017, a que se junta o 4º trimestre de 2016, pelo que, neste número, sai um índice geral dos assuntos tratados ao longo das 840 páginas do ano de 2017.
Sai com um pouco de atraso (culpa minha), mas a periodicidade mantém-se.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

DESENHO E FOTOGRAFIA (4)


Nem sempre as fotografias correspondem ao desejado, uma vez que há elementos nelas que "fogem" da época da acção.
Para uma vinheta, servi-me de uma fotografia minha tirada há algum tempo. No entanto, esta fotografia, que poderia ser classificada como sendo de qualquer época, possuía sinais evidentes de que não correspondia ao século da acção do livro. Por outro lado, o desenho devia ficar à esquerda
do ambiente telúrico (casa e galinhas), para colocar o balão à direita.


Esta é a fotografia que tirei. Repare-se nas mangueiras de borracha, os sacos de plástico, um pouco de tubo de plástico no chão e alguns objectos coloridos deste século XXI. Foi necessário limpar tudo, como podem ver acima, para só deixar ver apenas as enxadas.


Para que a imagem e o balão não "tapassem" alguns pormenores que eu pretendi visíveis, só havia uma coisa a fazer, após a "limpeza" dos objectos inconvenientes: virar a fotografia em "espelho", de modo que tudo o que estava à esquerda passasse para a direita e vice-versa.
Receio que aquele tipo de galo "careca" não fosse daquele século, mas é um pormenor que não me preocupou.; bastava colocar penas no pescoço do bicho para o fazer vivo cinco centenas de anos depois.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

DESENHO E FOTOGRAFIA (3)


Dando continuidade ao assunto que trato nos dois últimos post's, apresento uma vinheta da mesma obra, a qual é um pastiche ligeiramente modificado do meu próprio trabalho num álbum que foi publicado em 1990 (edição do Município com 3.000 ex. já esgotados há uns anos). Em baixo fica a reprodução da vinheta desse álbum.
 Para esta nova versão - imagem com fotografia - apenas desenhei a figura deitada, camada ou "layer" que serviria de base ao "fundo" que ia introduzir no desenho. Como se pode verificar, um dos "layers" ficou para a erva, enquanto a borboleta e as duas folhas, cada um em seu "layer", ficaram por cima daqueles dois primeiros.


Para se chegar a este resultado, é necessário usar muitas ferramentas do programa de computador, de que saliento o "magic erase toll", o "paint booket toll" o "blur " e o "eyedropper", o "crop" e "move tool", entre muitos outros.
Depois deste jogo beneditino de paciência, há que acompanhar os resultados na barra "layer", "filter", "select" e por aí fora.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

DESENHO E FOTOGRAFIA (2)


Regresso com o mesmo tema do post anterior para mostrar parcialmente a sequência necessária ao objectivo da "mistura" do desenho com a fotografia.
O desenho nasce primeiro, a fotografia vem depois;
São necessários muitos "layers" (quem trabalha com photoshop sabe o que isso é) para se sobreporem as camadas necessárias, por detrás e pela frente do desenho;
É necessário reduzir os "pixels" da fotografia e adequar esta ao enquadramento;
Achar a proporção necessária entre o desenho e a fotografia, com o auxílio das ferramentas digitais;
Ainda se necessita de uma outra ferramenta - no meu caso o MGI - para acabamentos e balonagem.
Seguem quatro dos seis "layers" até conseguir a imagem acima.
Garanto-vos: não é um trabalho chato nem muito moroso (para quem tenha algum traquejo neste ofício), e dá um prazer enorme fazê-lo, página a página.



segunda-feira, 25 de setembro de 2017

DESENHO E FOTOGRAFIA


Quase um mês se passou desde a minha última contribuição neste blog. Regresso hoje com uma ideia que coloquei em prática há algum tempo e que, de vez em quando, vou alimentando com novas páginas.
Trata-se de uma BD, a cores, que tem a particularidade (ou talvez não) de misturar desenho com fotografia, criando "fundos" de acordo com a acção. Alguns dos desenhos, a preto, foram retirados de uma BD feita com essa característica e, através dos programas digitais, a que alio fotografias (a maior parte do meu arquivo) para dar este "ambiente", vou tecendo este projecto de álbum para substituir um outro que já está esgotado há alguns anos.
Será uma publicação em perspectiva (ou talvez não).



terça-feira, 29 de agosto de 2017

EXPOSIÇÃO- D. AFONSO HENRIQUES NA BD (VISEU)


É raro aparecer em exposições (principalmente se não estou exposto com obra própria), mas há aqueles eventos deste género em que não quero faltar.
Tratou-se da Exposição de Banda Desenhada sobre D. Afonso Henriques, organizada pelo GICAV, grupo de intervenção artística que tem feito excelente trabalho em torno da BD e de outras artes. No evento esteve a presidente do GICAV, Filipa Mendes, o Carlos Almeida, ele próprio desenhador (apreciei um cartoon dele, ali exposto, sobre as "conquistas" do primeiro rei), o Luís Fernandes, Luís Filipe e o representante da Câmara de Viseu, Jorge Sobrado. Para além deles, que estiveram na Mesa, e de muitos outros convidados, não faltou o Luiz Beira (que trazia uma máquina fotográfica "Sony" igual à minha), o Geraldes Lino, Baptista Mendes, o Carlos Rico e o Carlos Gonçalves do CPBD. Mais convidados estiveram presentes, não sendo aqui referidos porque sou mau repórter e porque, finalizada a visita, nem para o jantar fiquei.
Foi-nos oferecido um álbum de 24 páginas,todas a cor, com o título "D. Afonso Henriques",  do Eduardo Teixeira Coelho, assim comemorado neste dia de Viriato, reprodução de "A Balada da Conquista de Lisboa".
Na exposição, entre outras de grandes autores e de maior valia, estiveram 4 páginas do meu álbum "D. Egas Moniz, o Aio".







Sobre D. Afonso Henriques tenho uma história curiosa. Há uns anos atrás - talvez por influência de um grande amigo meu, Júlio Cruz, (já falecido) - fui chamado pelo Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Viseu para a execução de um álbum sobre o rei conquistador. Corria então um período de polémica entre Viseu e Guimarães sobre em qual das cidades nasceu o filho de D. Henrique e de D. Teresa. Tudo acertado verbalmente, mandei o orçamento por página e comecei a juntar bibliografia. No entanto, não fiz um único traço nesta obra... e fiz bem. Nunca mais obtive resposta, talvez porque o orçamento ficasse a transbordar do copo dos cabedais da cultura.
Este lapso não me crispou e, face ao que vejo na C.M. de Viseu sobre a cultura e a BD, acho que estão a fazer um excelente trabalho. Dai os meus parabéns, não só para o GICAV, como para os autarcas do Município de Viseu.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

TRAJES DO SÉC. XVIII


Estes esboços já têm uns bons anitos!
Trata-se de um trabalho, que fiz a título gracioso, para um grupo de teatro que pretendia levar à cena uma peça do séc. XVIII e precisava de guarda-roupa, que iria mandar fazer.
Dessa forma, incluí 10 figurinos (homem da corte; dona de casa; burguês; nobre; camponês; mulher do povo; artesão; mulher da corte; comerciante; camponesa).
Exponho, para já, apenas 4, em posição frontal/lateral.



segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O BANDARRA- Almanaque Trimestral - 3º Trim. 2017


Só agora trago o registo desta publicação saída a seu tempo: princípio de Julho de 2017. Por vezes tenho picos de participação neste blog, outras entro em letargia relativamente a ele. É caso para dizer que, com tão prolongado hiato, até dá para esquecer a senha de entrada.
Estou com um trabalho "ciclópico" entre mãos. Trata-se de uma BD híbrida, com imagem e fotografia em todas as vinhetas, devidamente manipuladas (digitalizadas), tratadas e aglutinadas, por forma a conseguir uma unidade síncrona e graficamente enquadrada, embora se distinga uma da outra, dado que a fotografia está em muito mais baixa resolução.
Como sou um alfobre de ideias, não tenho possibilidades - porque sou humano - em concretizá-las todas, guardando algumas delas no congelador, mesmo quando já tenham sido iniciadas e tratadas.
Às vezes ouço dizer a algumas pessoas quando observam os meus trabalhos humildes e tratados pela informática: "isso torna-se fácil, pois o computador faz tudo"! E eu respondo: "os escultores também têm os ponteiros, o cinzel e o gradim, mas estes, por si só, não executam a escultura". O mesmo se passa com o desenho tratado em computador que, neste caso, possui ferramentas para o tratamento e que exigem uma outra "arte" para a execução da obra.
Para exemplo, cito a publicação que justifica este post. É toda tratada por mim num desktop e vai para a gráfica (capa e miolo) só para imprimir.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

"THE AFRICAN QUEEN" - A RAINHA AFRICANA (SINOPSE EM BD)


Não sei se é da lembrança de muitos, mas este filme, A Rainha Africana (The African Queen), realizado por John Houston, tem nos principais papeis Humphrey Bogart (que ganhou um Oscar de melhor actor por esta película) e Katharine Hepburn.
Foi rodado no ano em que eu nasci. Sempre nutri pelo filme um carinho especial, visionei-me muitas vezes e decidi, há uns tempos atrás, fazer uma sinopse (só com didascália da minha autoria), do argumento, fazendo-a acompanhar de imagens desenhadas por mim e extraídas naturalmente dos fotogramas.
O intuito era publicar uma pequena revista de vinte e tal páginas, com duas vinhetas em cada uma, respeitando o formato da projecção em écran. Essa revista seria então distribuída gratuitamente por amigos e coleccionadores.
Acontece que, a páginas tantas, surgiu novo projecto, e este passou a marinar encafuado num ficheiro
em "drive" própria. A ideia não feneceu, até porque queria também desenhar outras jóias do cinema (para mim), como o Ben-Hur, O Nome da Rosa, etc.